Essa aconteceu em nossa agência do Banco Bandeirantes.
Segunda feira braba, banco lotado e aquela correria dos funcionários, procurando com rapidez e gentileza atender um a um.
Um senhor de barba crescida e vestes surradas, nada limpas, encosta o umbigo no balcão, esperando ansioso brevidade no atendimento.
Nosso amigo Beto Tavares, funcionário do Banco, sem esperar a "cantada" que já sabia de cor, tirou do bolso uma notinha de 1 cruzeiro e entregou ao homem, já com forte cheiro de cachaça.
Sem mesmo agradecer, o pedinte ia saindo de fininho, quando o Beto comentou com um cliente: aposto que vai tomar mais uma pinga!
O homem que já estava quase na porta, ouvindo o que Beto havia comentado, virou-se de repente, ergueu o braço, chacoalhou a notinha de um cruzeiro e respondeu na lata:
- Não, com esse dinheirão que você me deu vou comprar um Volkswagen.
Já se prolongava a estiagem que castigava toda a região, ocasionando considerável consumo de água.
Nas redes distribuidoras da cidade, os registros eram fechados aqui e alí, para que todas as residências pudessem receber o precioso líquido.
Tantas vezes quando as torneiras eram abertas ouvia-se o forte barulho do ar que se acumulava nos canos.
No dia do vencimento para o pagamento do consumo da água, Bataclim chegou a Prefeitura, foi direto ao caixa, esticou no balcão o recibo e logo depois o dinheiro.
- O que o amigo deseja? perguntou o funcionário.
- Vim pagar o ronco da torneira, respondeu Bataclim.
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