|
Era e... não era!
Poesia do Livro Saudade, escrito em 1918 pelo piracicabano Tales de Andrade, quando lecionava em nosso Grupo Escolar.
Residia na Rua 15 de Novembro nº 86, hoje Rua João Procópio Sobrinho, onde tem em frente uma placa de bronze. Foi colocada no dia 29 de maio de 1949, em solenidade que contou com a presença do escritor. Registra a homenagem de seus leitores e amigos.
Era e... não era!
Imaginem vanceis;
Eu andava viajando
Andava correndo mundo;
Mas um dia...
Assim de surpresa,
Arrecebi uma triste nova:
Meu pai ia pra cova
E eu ia nascê.
Aquilo era estúrdio,
Mas que fazê!?
Saí na disparada.
Mas voltei
voltei pra trais
Puis perdi uma capa!
Uma capa que eu não levava,
Mais valeu...
Topei com uma arve de figo
Carregadinha de pesco maduro;
Trepei por ela em riba,
E toca a apanhá as maçã!
Mas veio o dono do feijoá
E berrô:
ò tinhoso!
Como é que está apanhando
Pimentão, mangarito e buxa,
No sapezá aieio?
Eu ia arrespondê
Mas o marvado
Agarrô num meio
De repoio
E me assentô na testa
Uh! festa!
Me esbandaiô o joeio!
A capa e ilustrações de texto do Livro Saudade, 57ª Edição, impressa em 1967 (225 milheiro), são de autoria de Jean Gabriel Villin.
|