Manoel Lourenço Jr. nasceu em Portugal, no distrito de Leiria, em 31 de maio de 1868, filho do lavrador José Lourenço e dona Josefa Lourenço.

Veio para o Brasil em 1889, fixando-se em Porto Ferreira, onde trabalhou na construção da ponte e por algum tempo exerceu sua profissão de marceneiro em uma das fazendas de nosso município. Muito econômico e de hábitos austeros, conseguiu poupar algum dinheiro que lhe permitiu ir ao encontro à sua vocação para o comércio.

Instalou comércio com o nome de "Armazém Estrela", na avenida 24 de Outubro, esquina com João Procópio Sobrinho. Mais tarde, na mesma avenida, no prédio de número 465, mais amplo, estendeu o negócio para melhor atender à cidade, que tão rapidamente crescia, também com uma seção de venda de livros.

A nova casa, então denominado "Recreio das Famílias", em 1919 mudou o nome para "Casa Manoel Lourenço", como já era popularmente conhecida.

Manoel Lourenço tinha muito amor pela pátria que o acolheu e por Porto Ferreira, onde vivia intensamente. Homem progressista e de idéias modernas para a época, procurou dotar nossa cidade de melhoramentos que viessem a beneficiar nossa população.

Além de armazém (prédio hoje da família do Toninho Loureiro), instalou tipografia, publicando o jornal semanal "A Folha". Depois, também na avenida, nos fundos do armazém, montou o "Atellier Fotográfico", arte da qual era um excelente cultor.

Em 1910 instalou nosso primeiro cinema, iniciativa ousada para a época, visto tratar-se de nova arte, então com pouco mais de dois anos de vida. A máquina projetora era movida por um dínamo a vapor de água. A eletricidade só foi instalada em nossa cidade um ano depois.

Manoel Lourenço Jr. tomava parte em todas as iniciativas que viessem trazer benefícios à nossa cidade. Foi também vereador por vários mandatos e um dos grandes batalhadores para a construção e funcionamento de nosso primeiro Grupo Escolar, que hoje tem o nome de Sud Mennucci. Exerceu influência decisiva para implantação da idéia, através de campanha feita em seu jornal. Foi ele ainda agente de várias firmas comerciais e manteve a única agência bancária na cidade, filiada ao Banco Português do Brasil.

Casou-se em primeiras núpcias em 1895 com Ida Cristina Bergstrom. Tendo enviuvado em 1921, casou por segunda vez com Francisca Souza de Carvalho, conhecida por dona Zizinha, agente do correio.