Paschoal Salzano nasceu em 20 de dezembro de 1882 em Civita Del Sanio, região Napolitana da Itália, filho de Felício Salzano e Maria Domenica.
Filho de agricultor e de industrial, teve toda a infância sem problemas, mas sua boa situação econômica e social não lhe tirou o desejo de lutar e, ainda jovem, já possuia o espírito de desbravador e de conquistas e decidiu sair de sua terra em busca de novas aventuras.
Decidiu vir para o Brasil, onde seu pai já havia trabalhado.
O velho Felício havia ajudado na construção dos enormes paredes de pedra,ao lado da ponte, onde atracavam as barcas, para transporte de mercadorias.
Paschoal viu realizar seu sonho, quando chegou ao Brasil em 27 de Fevereiro de 1898.
Teve que enfrentar uma série de dificuldades. Só depois de muita insistência, seus pais consentiram na viagem que iria separá-los do filho que amavam tanto.
Desembarcou em Santos e veio fixar residência em Campinas, onde inicialmente trabalhou como tratador de animais de coche.
Alí mesmo em Campinas, depois de algum tempo, ajudado por alguns patrícios, ingressou na Companhia Paulista de Estradas de Ferro.
Mais tarde foi transferido para Rincão e com ajuda de seu feitor de turma, José Ventura, foi para Monjolinho, ramal de Ribeirão Bonito.
Trabalhando como ajudante de pedreiro, graças à sua força de vontade, eficiência e constância, logo foi promovido a feitor da turma que trabalhava em toda a extensão da ferrovia.
Por volta de 1907 veio trabalhar em nossa cidade e aqui conheceu Maria Libertucci, com quem casou-se logo depois.
Passados alguns anos, saiu da Companhia Paulista e convidado pelo seu diretor, Adalberto Pereira, passou a empreiteiro de obras na construção das casas residenciais para os funcionários da própria Companhia Paulista, nas cidades de Araras, Pirassununga e Santa Rita do Passa Quatro.
Em 1913 propôs ao prefeito Bento José de Carvalho a instalação da rede de águas em nossa cidade.
Nesse mesmo ano ingressou na política como vereador, exercendo o cargo de Presidente de Nossa Câmara Municipal.
Em 1916, Paschoal Salzano construiu e inaugurou os serviços de esgotos.
Em 19 de abril de 1921, com Jacob Mondim, Pedro Patire, e João Procópio Sobrinho, cuidam da instalação de uma Fábrica de Louças (hoje Cerâmica Porto Ferreira S/A), onde Paschoal foi sócio, guarda-livros, viajante e gerente.
Em 1951, por vontade de quase totalidade de ferreirenses, foi candidato único, a prefeito. Foram 1045 votos contra 104.
Durante toda sua gestão, cuidou principalmente da urbanização da parte nova da cidade: Vila Santa Maria, Vila Nova e Vila Sibila, que foram traçadas e iniciadas em sua gestão.
Conseguiu a instalação do Ginásio Estadual "Washington Luiz", Escola Industrial, hoje EEPSG "Dr. Djalma Forjaz" e Casa Maternal "Eucháris Fortes Salzano".
Um dos fundadores da Corporação Musical Santa Cecília, foi também músico e maestro.
Em 1965 foi homenageado pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, recebendo honrarias pelos serviços prestados à empresa.
Em 24 de Janeiro de 1968 foi agraciado com o título de Cidadão Ferreirense.
Certa vez, todos os músicos da Corporação Musical Santa Cecília sentiram que um de seus companheiros merecia ser homenageado e a Banda saiu alegremente, executando marchas e dobrados, atraindo quase toda nossa população.
Dirigiram-se à residência de "seu" Paschoal, pararam em frente, e logo ele saiu com seu instrumento musical, tocando alegremente e juntando-se aos colegas.
A tocata prosseguiu pelas ruas, até em frente à nossa prefeitura. Aí "seo" Paschoal deixou o pistom, dirigiu-se ao prédio pelo qual se adentrou, e foi assumir solenemente, o cargo de Prefeito Municipal de Porto Ferreira.
Paschoal Salzano e Dona Maria tiveram os filhos Erlindo (falecido), médico, foi Vice Governador do Estado de São Paulo; Ermídio (falecido), Cirurgião Dentista, foi professor catedrático da USP, Faculdade de Odontologia de Bauru; Alberto (falecido), foi chefe de Profilaxia de Malária do Estado de São Paulo; Wladimir, conhecido por Nenê, foi vereador e presidente de nossa Câmara Municipal e é um dos maiores incentivadores de nosso futebol; Emilda foi professora, e Alcides (falecido) era professor e agente do IBGE.
Maria Libertucci Salzano faleceu em 10 de fevereiro de 1955 e Paschoal Salzano, com 88 anos de idade, faleceu em 13 de julho de 1971, Dr. Carlindo Valeriani, então o único médico na cidade.
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