O governo do Estado, por intercessão do Cel. Procópio de Carvalho, havia prometido a construção de uma escola primária, assim que o município oferecesse o terreno com dimensões mínimas exigidas e localização ideal.

Os interesses políticos e administrativos bem depressa foram movimentados e o intendente Bento José de Carvalho, com autorização da Câmara Municipal, presidida por João Mutinelli, no dia 8 de agosto de 1910, realizou a compra do imóvel de Julio Schavanz e de sua esposa, dona Luisa Corrégio Schavanz.

O terreno era mesmo o ideal, com medida de 46 metros de frente por 65 metros de fundo. O valor da compra foi de 2.500$000 (dois contos e quinhentos mil réis) e só foi transferido para o estado dois anos depois.

Em 1913 foram iniciadas as obras do belíssimo prédio e, em 1914, estavam terminadas. Por decreto de 7 de fevereiro daquele mesmo ano, foi criado nosso tradicional estabelecimento de ensino. No dia 16 de fevereiro, começou a funcionar o Grupo Escolar de Porto Ferreira.

Nessa mesma data tomou posse seu primeiro diretor, professor Osório Alves, seguido pelos adjuntos: Alberto Cotrim Dias, Julio de Oliveira Dorta, Ana Carolina de Aguiar, Heitor Pereira de Almeida e Rafael Baena de Castilho, e os substitutos efetivos, Thales Castanho de Andrade, Maria G. de Andrade, Zenaide Lefcadito, Helena Napienka, Esther V. de Serpa, Sud Mennucci e Evangelina Pires Zadra.

Para porteiro foi nomeado João Martins da Silveira Sobrinho e, para serventes, Lázaro José de Araújo e Domessias Martins de Araújo.

Em seu primeiro ano de funcionamento foram matriculados 295 alunos, distribuídos por todas as classes que constituíam o curriculum escolar. Três meninas frequentavam então o quarto ano e duas conseguiram concluir o curso, Deolinda Lourenço e Nadir Zadra.

Dos 176 alunos matriculados na primeira série em 1914, apenas oito chegaram ao final do curso, em 1917: Atilio Mutinelli, Casemiro de Moraes Dias, Erlindo Salzano, Ana Ferraz, Benedita Ramos, Maria Ferreira Azambuja, Maria Júlia Marques e Maria Aparecida Pontes.

Os alunos eram separados por sexo, conforme ainda se encontra escrito em alto-relevo na frente do prédio, marcando o lado das meninas e dos meninos. Até mesmo o pátio do recreio era dividido por muro.

Por decreto de 11 de maio de 1944, o Grupo Escolar de Porto Ferreira passou a ter o nome de Sud Mennucci, um de seus primeiros professores. No decorrer do tempo, foram adotadas as classes mistas e em 1945, com a reforma do estabelecimento, a separação das crianças foi totalmente extinta, com a derrubada do muro do recreio.

Depois, o jardim existente no pátio entre as duas alas, e que tinha a forma de nossa bandeira, foi demolido e o local foi adaptado para práticas esportivas e manifestações cívicas.

Pela resolução número 23, de 27 de janeiro de 1976, da Secretaria de Educação, para implantação da lei de Diretrizes e Bases, nossa escola recebeu a designação genérica de Escola Estadual de Primeiro Grau, conservando o nome de Sud Mennucci.

Mesmo depois de tantos anos, o prédio é bem pouco diferente de sua construção em 1914. As janelas altas de madeira foram substituídas por vitrôs que ocupam o mesmo espaço. As telhas planas de cimento, que eram amarradas no madeiramento, foram substituídas por telhas francesas. Na parte interna, o muro que dividia o galpão do recreio foi demolido e a construção da cozinha e várias salas, ao lado do galpão, ocuparam o espaço de terra que ia até o muro dos fundos.

Quatro gerações passaram por ali. Antes de mim, meus pais, depois meus filhos e agora os netos. Está fazendo 82 anos o prédio onde eu entrei menino e aprendi que enfileirando as letras, formamos palavras e construímos frases tão bonitas; que um mais um são dois, e o número é infinito e que sem ter amor, jamais vivemos, apenas passamos pela vida.

O prof. Joselir Benoni Savi é Diretor do Sud Mennucci