Nascido em Portugal no dia 11 de junho de 1846, na Vila Real Trás os Montes, Daniel de Oliveira Carvalho veio para o Brasil ainda jovem. Com 25 anos de idade desembarcou no Rio de Janeiro em 1871, quando ainda se comemorava a aprovação da lei que libertava os filhos de escravas.

Vindo para São Paulo, residiu nas cidades de Limeira, Santos e Rio Claro, trabalhando no comércio ou exercendo sua profissão de ferreiro.

Trabalhou na construção da estação ferroviária de Rio Claro, de 1877 até 1880, quando veio para uma fazenda nas imediações de Laranja Azeda, entre Pirassununga e Porto Ferreira.

Mais tarde aqui fixou residência, quando o povoado nem era ainda distrito de paz e nem paróquia possuía. A ele devemos a construção de nossa primeira casa de tijolos.

No dia 2 de janeiro de 1886 casou-se com Constância da Silva Oliveira, recém-chegada de Portugal. Foi o primeiro casamento que aconteceu aqui. Era de praxe serem essas cerimônias realizadas em Descalvado, para onde se deslocavam noivos, familiares e acompanhantes.

Da união nasceram os filhos Manoel da Silva Oliveira, casado com Isaltina Matoso; Luiza, casada com Manoel Francisco Rodello; Joaquim, casado com Deolinda Lourenço; Maria, casada com Sud Mennucci; Angélica, casada com Antonio Siqueira de Abreu; Olímpia, casada com Aurélio Mussolini; Urbano, casado com Emília Cortez; Mário, casado com Lucinda Pinto; Homero, casado com Luzia Pereira Sedero; Esther; Lollio e Flávio da Silva Oliveira, casado com Maria Aparecida Rezende.

Daniel de Oliveira Carvalho foi nomeado escrivão do Registro Civil em 1891, exercendo o cargo durante 28 anos.

Além da família numerosa, Daniel e sua esposa, dona Constância, criaram diversas crianças que até então viviam desamparadas. Nunca acharam sacrifício recolher quem em desespero batesse à sua porta.

Daniel de Oliveira Carvalho foi quem trouxe o Serviço Telefônico para Porto Ferreira, quando muitas cidades grandes ainda não contavam com esse melhoramento.

Foi também ele um dos incentivadores de nosso teatro amador, encorajando os filhos para a arte cênica e cedendo parte de sua casa para as apresentações que aconteciam com freqüência.

De espírito aberto, auxiliou em todas as iniciativas que pudessem trazer benefícios para nossa cidade, da qual se considerava filho nato.

Faleceu em Porto Ferreira no dia 12 de agosto de 1925, causando enorme tristeza em nossa população.

Uma de nossas ruas tem seu nome. Foi festivamente inaugurada no dia 23 de dezembro de 1950, quando depois também aconteceram inaugurações de outras vias públicas e de nosso aeroporto.

Em sua homenagem temos também a Vila com o nome Daniel.