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PORTO FERREIRA HÁ CINQUENTA E NOVE ANOS...

 

Osvaldo Arantes

Eu era ainda bem jovem quando vim para Porto Ferreira, em 1936.

Nada de melhor poderia acontecer.

Vim fazer parte de uma população maravilhosa do Portinho tão acolhedor do qual me lembro até os dias de hoje.

Falar de todos esses anos aqui vividos,seria estender-me em doces recordações.

Citarei apenas dois fatos que marcaram bem.

Na época, aconteceu a primeira prova pedestre realizada em Porto Ferreira.

Foi organizada pelo saudoso amigo Flávio da Silva Oliveira, historiador da vida ferreirense, a quem tanto devemos pelos escritos que ainda guardo com carinho.

Poderão os amigos estranhar quando falo de Porto Ferreira com tanto orgulho, embora tenha nascido em Ribeirão Preto.

Porto Ferreira também se tornou minha terra e aqui pretendo ficar quando de minha passagem para o oriente eterno.

Lembro-me bem que a primeira volta pedestre tinha o seguinte itinerário, com partida e chegada em frente à Estação da Companhia Paulista de Estradas de Ferro:

Seguimos pela Avenida 24 de Outubro, até o descaroçador de algodão do Perondi e subimos a última rua, então 15 de Novembro, hoje Comendador Agostinho Prada; aí continuamos pela rua Procópio de Carvalho, subimos a João Miranda Salgueiro até as imediações do Cemitério, continuando pela Vicente José de Araújo que mais era uma estrada que uma via pública, descemos pela Mathias Cardoso, viramos pela Campos Salles que hoje tem o nome de 29 de Julho, descemos pela rua Dr. Djalma Forjaz que tinha então o nome de rua Industrial, retornando à Avenida, onde o povo aplaudia a chegada de cada um dos participantes.

Entre os atletas inscritos, recordo-me que três eram da Companhia Paulista: Hélio Tavares, Nilo Boccato e o autor destas linhas; dois da Fazendinha: os irmãos Joaquim e Doca Tangerino; Alcides (Cido) Salzano, que correu só para incentivo da turma, não terminando a prova e o também saudoso amigo Ferdinando Melchioretto (Nando Bicicleta), que era considerado favorito por ter vencido corrida em uma das cidades vizinhas.

O vencedor foi Hélio Tavares, o segundo a chegar foi Nilo Boccato e o terceiro foi Osvaldo Arantes (que está contando esta história com todo carinho).

Nando não levou muito a sério os treinamentos, confiando em seu potencial, mesmo assim conseguindo a quarta colocação.

O segundo fato que lembro com tanta saudade, foi quando os amigos Leonildo Braga e Nelson Mariano, que já haviam jogado em times da Capital, dirigiam o futebol de nossa terrinha.

Eu, recém-chegado a Porto Ferreira, também amante do esporte, uma tarde encostado na grade divisória do Campo do Porto Ferreira Futebol Clube, assistia aos lances que aconteciam no gramado.

Leonildo perguntou-me se eu jogava futebol e imediatamente respondi que sim.

Depressa arranjou uma chuteira e mandou que eu entrasse em campo.

Foi o mesmo que jogar sapo na'água.

Leonildo marcou novo treino e pediu que então eu me apresentasse equipado.

Não deu outra, compareci, treinei e fui escalado para o próximo jogo.

Assim, depressa fiquei conhecido, tornando-me amigo de todos os que na época faziam parte do time principal.

Antes o Porto Ferreira Futebol Clube já havia contado com um timão de futebol e outros bons times se formaram depois.

Cito alguns nomes com o coração amargurado, por eles não estarem mais em nosso convívio, mas vivendo sempre em nossa saúdade: Leonildo Braga, Nelson Mariano, Mario Silva, Sebastião do Zóio Verde, Abílio Carandina, Picolino, Chiquinho Rocha, Olímpio Galvão, Tiãozinho Garcia, os irmãos João e Mariano Prado e os goleiros Benedito (Dito) Pipa e Evaristo Pereira.

Os que estão vivos, graças a Deus, são os irmãos Lico* e Titico Fernandes, Mário Januário (Mário Souza), Armando Chefer, José Marques e Osvaldo Arantes.

Deixo de mencionar o nome dos amigos que não faziam parte do time principal, jogando uma vez ou outra.

Hoje conto com uma ponta de orgulho, que aquele jovem, quase garoto, que um dia estava assistindo aos treinos e foi convidado pelo saudoso Leonildo Braga a participar do time, chegou a ser Presidente do Porto Ferreira Futebol Clube.

Na esperança de um Brasil cada vez no caminho de seu grande destino, peço à juventude para que haja amor, evite maldades, que se procure amparar os menos favorecidos pela sorte e que se combata sempre os corruptos marginais e assassinos.

Para o bem da humanidade, que se combata as drogas.

Caminhar firme, para um Brasil cada vez melhor.

* Essa matéria foi escrita em abril de 1995. Lico Fernandes, que completara 88 anos de idade em 15 de junho de 1995, faleceu no dia 28, treze dias depois.

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